Meu ANTEPROJETO DE PESQUISA

 

Márcio Nicanor Carvalho Amambahy Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

“Ecologia no currículo escolar uma inovação possível para um futuro promissor”

Ecologia Humana e Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

NORDESTINA 2022











Márcio Nicanor Carvalho Amambahy Santos

 

 

 

 

 

 

 

Anteprojeto de pesquisa:

“Ecologia no currículo escolar uma inovação possível para um futuro promissor”

Ecologia Humana e Educação

 

 

 

Anteprojeto apresentado à UNEB – Universidade Estadual da Bahia aos Cursos de Mestrado PPGEcoH - Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, na área de Ecologia Humana e Educação, ofertado no Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS), Campus III da UNEB em Juazeiro, como requisito do processo de seleção descrito no edital nº113/2022.

 

 

 

 

 

 

2022

 

 





 







JUSTIFICATIVA

A atual fase de implementação curricular exige de todos que fazem parte da comunidade escolar, gestores, educadores, pais um novo olhar para identificar o que, como, para que e quem ensinar; exige definir novos caminhos e novas práticas para que crianças, adolescentes, jovens e adultos aprendam em cada escola, em cada uma das redes. As aprendizagens de conhecimentos locais e universais, procedimentos, valores e atitudes expressos em currículo voltado para a educação ecológica, trazendo como propósito de que todos usufruam do direito à educação ambiental, possibilitando, individual e coletivamente, a resolução de demandas cada vez mais complexas da vida cotidiana, para que os educandos possam exercer a cidadania e participar do mundo mais ecologicamente correto.

Trabalhar a Ecologia de forma humanizada nas instituições de ensino nos dias atuais desenvolve não somente a consciência do meio ambiente, fazendo com que os educandos, ainda em fase de aprendizagem, entendam o espaço que ocupam no mundo e como a própria existência depende de como se comporta, trata e retrata a natureza, mas também a necessidade de se aprender a importância do bom uso e da conservação para o futuro mais prospero das sociedades. Saber como funciona a natureza, as conexões existentes entre os seres vivos, as populações e as comunidades facilitam a aprendizagem, compreensão de como a ação do homem afeta diretamente o meio ambiente. Ter a Ecologia no currículo escolar de forma definitiva, favorece o reconhecimento de que os problemas estão interligados e interdependentes, numa concepção sistêmica entre o conhecer e o aprender.

Em tempos em que as questões ecológicas tem se tornado pauta em assuntos globais é importante tratarmos com atenção e cuidado no nosso cotidiano também. Por isso as instituições de ensino precisam cada vez mais estarem inseridas nesse tema-contexto diretamente entre os assuntos escolares.


OBJETIVO

Assegurar e implantar a disciplina de Educação em Ecologia no currículo escolar de forma equitativa e de qualidade, a fim de promover melhores oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. compreendendo os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum da sociedade, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

PROBLEMATIZAÇÃO

Estudar uma disciplina exclusivamente voltada para a ecologia é assunto primordial nos tempos de hoje, é importante que as escolas levem a sério o assunto, e tratem bastante dos assuntos de sustentabilidade, meio ambiente, tomando atitudes dentro do próprio ambiente escolar, com ações sustentáveis, ambientais e ecológicas, tais como: coletas seletivas, hortas orgânicas, irrigação, funções e importância da flora e da fauna entre tantas outras coisas. Estudando os impactos que temos causado ao meio ambiente nesses últimos anos, mas também formas de prevenir esses impactos. Os educandos são sempre o futuro, e é assim que devemos vê-los, eles precisam criar uma relação de respeito com a natureza, e compreender seu papel na sociedade, para que assim possam desenvolverem a aprendizagem de forma eficaz. E isso tem que ser tratado desde cedo, da infância, transpassando pela adolescência e chegando a fase adulta, para que se tornarem não somente seres humanos ecologicamente corretos, mas seres humanos capazes de transformar um mundo de natureza degradada, desgastada em um mundo melhorado com condições para toda a vida.

METODOLOGIA

O Estudo da Ecologia deve ser visto pelo sistema educacional como parte continua curricular das unidades de ensino, visto como disciplina primordial, pois, a escola tem um papel de suma importância na vida de toda sociedade, e é dela quem tiramos os principais ensinamentos para a vida, portanto é ela quem deve tratar esse assunto de forma mais aprofundada.

A facilidade que crianças têm para aprender é fator de vantagem para torná-las cada vez mais conscientes. Mas, é importante ressaltar que adultos e crianças, não importa a idade precisam estudar mais sobre Ecologia, e se relacionar de maneira respeitosa com a natureza, para construir juntos um futuro promissor, e deixar para sociedades futuras um planeta mais humanizado e consciente. Portanto trata-se de compreendermos que os professores devem empenhar-se na busca da melhoria do planeta mediante a busca pela melhoria da qualidade de vida e pelas melhores condições ambientais, via campo da Educação Ecológica.

Entende-se que a Educação Ecológica pode mudar hábitos, transformar a situação do planeta Terra e proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas em todos os níveis sociais. E isso, só se fará com uma prática ecológica educacional, onde cada indivíduo sinta-se responsável em fazer algo para conter o avanço da degradação destruição ambiental. Sendo assim, são considerados vários aspectos educacionais e ambientais com a finalidade de discutir os pontos relativos à implantação da disciplina de Ecologia, com uma ênfase maior em valores como cooperação, igualdade de direitos, autonomia, democracia, trabalho e participação. Desse modo, o educando se disponibiliza a aprender com o próprio ambiente em sala de aula mediado pelo docente que deve relacionar o conteúdo ministrado às questões do cotidiano dos educandos.

Aulas devem se desenvolverem e contextualizadas apoiadas nas vivências dos educandos, nos fenômenos que ocorrem a sua volta, buscando encaminhá-los com o auxílio dos conceitos científicos pertinentes. Enfim, a educação ecológica desperta no educando a consciência ambiental, social, de preservação e de cidadania. O educando deve passar a entender, desde cedo, que é preciso cuidar, preservar e que a vida é equilíbrio e o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais. O ambiente onde o ser humano habita deve estar também em equilíbrio constante com o lugar onde se vive. E assim, o educador, deve ensinar ao educando, da forma mais simples e compreensível possível, todos os elementos necessários ao aprendizado das questões ecológicas e ambientais. Desta forma é necessário a que o poder público, e todos que fazem parte do ambiente educacional se façam presentes e viabilizem a implantação e implementação curricular embasada no sistema educacional do país.

Pode-se entender que a educação ecológica é um processo pelo qual o educando começa a obter conhecimentos acerca das questões ambientais, onde ele passa a ter uma nova visão sobre o meio ambiente, sendo um agente transformador de seu aprendizado em relação à conservação ambiental. As questões ecológicas estão cada vez mais presentes no cotidiano da sociedade brasileira em geral, contudo, a educação ecológica se faz essencial em todos os níveis dos processos educativos de ensino e em especial nos anos iniciais e finais da escolarização, já que é mais fácil conscientizar os educandos sobre todas as questões da natureza do que os adultos.

Com o mundo cada vez mais globalizado, com a sociedade tão violenta e com o acelerado crescimento das cidades que substituem os espaços verdes pelos espaços de concreto, vem sendo crescente a diminuição do contato direto da criança com todos os elementos que compõem a natureza. Nesse paradigma, a cada dia que passa as crianças passam a ter espaços cada vez mais restritos para o contato com os elementos do meio ambiente e então as crianças são obrigadas a ficarem trancadas em casa tendo como fonte de lazer o uso das tecnologias, que na maioria das vezes, elas não sabem o que é o meio ambiente, a natureza e nem tampouco os problemas que ela enfrenta e se a criança for questionada, por exemplo, de onde vem o leite, é bem provável que ela responda que vem da caixinha. Diante disso, Alves (1999) diz que: “há crianças que nunca viram uma galinha de verdade, nunca sentiram o cheiro de um pinheiro, nunca ouviram o canto do pintassilgo e não tem prazer em brincar com a terra. Pensam que a terra é sujeira. Não sabem que terra é pura vida”.  A cada dia que passa a questão ambiental tem sido considerada como um fato que precisa ser trabalhada com toda sociedade e principalmente nas escolas, pois as crianças bem informadas sobre os problemas ambientais vão ser adultas mais preocupadas com as questões ecológicas e com o meio ambiente, além do que elas serão transmissoras de conhecimentos que obtiverem na escola sobre as questões ambientais em sua casa, família e vizinhos.

As instituições de ensino já estão conscientes que precisam trabalhar a problemática ambiental e muitas iniciativas tem sido desenvolvidas em torno desta questão, onde já foi incorporada à temática do meio ambiente nos sistemas de ensino como temas transversais dos currículos escolares, permeando toda prática educacional. Contudo ainda é muito restrito esse ensino. A educação ecológica nas escolas contribui para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade. Para isso, é importante que, mais do que informações e conceitos, a escola se disponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores e com mais ações práticas do que teóricas para que o educando possa aprender a amar, respeitar e praticar ações voltadas à conservação do meio natural.

A escola é o lugar onde o aluno irá sequenciar seu processo de socialização, no entanto, comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no decorrer da vida escolar com o intuito de contribuir para a formação de cidadãos amplamente responsáveis, contudo a escola deve oferecer a seus alunos os conteúdos ambientais de forma contextualizada com sua realidade. O trabalho com a disciplina Ecologia nas escolas traz a ela a necessidade de estar preparada para trabalhar esse currículo e junto aos professores adquirir conhecimentos e informações para que possam desenvolver e desempenhar um trabalho de qualidade superior com os alunos. Uma vez que professores nos dias atuais possuem um papel fundamental de serem mediadores das questões ecológicas, mas isso não significa que eles devem dominar o saber tudo sobre o meio ambiente para desenvolver um trabalho de qualidade com seus alunos, mas que ele esteja preparado e disposto a ir à busca de conhecimentos e informações e transmitir aos alunos a noção de que o processo de construção de conhecimentos é constante. Para isso o professor precisa ser qualificado em excelência com formações continuadas, com o objetivo de desenvolver em seus alunos uma postura crítica diante da realidade ambiental e de construírem uma consciência global das questões relativas ao meio ambiente para que possam assumir posições relacionadas com os valores referentes à sua proteção, conservação e melhoria. No entanto, a figura do professor diante de seus alunos deve ser um instrumento de ação para a conscientização deles educando-os de forma correta desde a conservação da limpeza da sala de aula até a preservação do meio em que comunidade escolar está inserida na sociedade.

Sabe que a Educação Ecológica surge como resposta às necessidades que não estão sendo completamente correspondidas pela educação formal. Em outras palavras, a educação deveria incluir valores, capacidades, conhecimentos, responsabilidades e aspectos que promovam o progresso das relações éticas entre as pessoas, seres vivos e a vida no planeta. No entanto, o problema do descuido com o meio ambiente, é uma das questões sociais que tem deixado a humanidade preocupada, por isso talvez, seja um dos fatores, mais importante, a ser estudado nas escolas, porque tem a ver com o futuro da humanidade e com a existência do planeta.

Segundo a UNESCO (2005, p. 44), “Educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente”. Assim, incluindo a Educação Ecológica nas escolas, pode-se preparar o indivíduo para exercer sua cidadania, possibilitando a ele uma participação efetiva nos processos sociais, culturais, políticos e econômicos relativos à preservação do “verde no nosso planeta”, que se encontram de certa forma em crise, precisando de recuperação urgente. O início do processo de conscientização, de que o meio ambiente solicita é o entendimento e a reflexão de uma condição básica para a convivência humana.

A Ecologia inserida no sistema de currículo escolar tem muito a contribuir no sentido de construir relações e proporcionar intercâmbios entre as outras diversas disciplinas de maneira multidisciplinar. Este intercâmbio não depende exclusivamente da vontade dos docentes em participarem deste processo, e que esta vontade raramente acontece sem a existência de uma orientação e um preparo mais amplo. A Educação Ecológica busca assegurar que o futuro do planeta esteja equilibrado no que se refere a natureza e o ser humano. A sua Política Nacional tem como um de seus princípios “o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas na perspectiva da interdisciplinaridade”. Esta lei determina que a educação ambiental não seja trabalhada na forma de disciplina especifica, mas que permeie o currículo das disciplinas. Deve ter na perspectiva da transversalidade a estratégia metodológica, o que tem se revelado um desafio que as escolas vêm enfrentando com muitas dificuldades, seja pelo programa estritamente fechado em seus conteúdos e carga horária, seja pelo pouco interesse, por parte dos professores, em atividades diferentes do binômio quadro-giz. Portanto, os PCNs (Parâmetros curriculares nacionais) vêm fortalecer para os professores a importância de se trabalhar assuntos voltados ao meio ambiente como forma de transformação da conscientização dos indivíduos, sendo uma forma de integrar as diversas áreas do conhecimento. Porém em nosso país a realidade diverge do que determina a lei. A temática ambiental, em muitas instituições de ensino, é abordada nas disciplinas de Geografia e Ciências, quando na verdade, deveria ser trabalhada de forma única em consonância com todas as matérias ministradas em sala de aula. O caráter integrador do meio ambiente acaba permanecendo na teoria, o que vem reforçar a idéia antropocêntrica de grande parte da sociedade: o homem não faz parte do meio ambiente, ele está fora do mesmo, muitas vezes considera-se algo superior.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com a literatura, a primeira grande catástrofe ambiental viria a acontecer em 1952, quando o ar densamente poluído de Londres provocou a morte de 1600 pessoas. Desencadeou-se assim a preocupação não só da Inglaterra, mas de vários países com relação à qualidade ambiental. Na década de 60, surgiram manifestações populares no Brasil e no mundo, a respeito de revelações de danos ambientais até então desconhecidos e os brasileiros começaram a se organizar e lutar para proteger o meio ambiente, o que foi mais aguçado, não só no Brasil, mas em todo o mundo pelo lançamento do livro Primavera Silenciosa da jornalista americana Rachel Carson, que se tornou um clássico na história do movimento ambientalista mundial, desencadeando uma grande inquietação internacional e suscitando discussões nos diversos países. O termo Environmental Education (Educação Ambiental) surgiu em março de 1965, durante a Conferência em Educação na Universidade Keele, Grã-Bretanha. Na ocasião, foi aceito que a educação ambiental devesse se tornar parte essencial da educação de todos os cidadãos e seria vista como sendo essencialmente conservação ou ecologia aplicada. No Brasil, a constituição de 1988 introduziu, pela primeira vez na história do país, um capítulo específico sobre o meio ambiente, considerando-o como um bem comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao poder público e a coletividade o dever de preservá-lo para as gerações presentes e futuras.

O Brasil não está alheio a importância da educação ecológica. No ano de 1992, foi realizado no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento (Unced ou Earth Sumit), também conhecida como Rio-92. E nesse período foi elaborado um documento chamado “Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”. Neste documento ficou estabelecido que “a educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo e lugar em seu modo formal, não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade”. Além de reconhecer que a “Educação Ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida com as quais o ser humano se compartilhamos neste planeta, respeitando seus ciclos vitais e impondo limites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos” (WWF/ECOPRESS, 2000, p. 22 e 24). Os Ministérios do Ambiente, da Educação, da Cultura e da Ciência e Tecnologia, no ano de 1992, instituíram o PRONEA - Programa Nacional de Educação Ambiental. E o IBAMA, como responsável pelo cumprimento de suas determinações e na qualidade de executor da política nacional de meio ambiente, elaborou diretrizes pela implementação do PRONEA. Assim, incluiu a educação ambiental no processo de gestão ambiental, o que a torna presente em quase todas áreas de atuação (IBAMA,1998). Em 1997, o Ministério da Educação elaborou uma nova proposta curricular, denominada de Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, onde o meio ambiente passa a ser um tema transversal nos currículos básicos do ensino fundamental, isto é, de 1ª a 8ª séries. De fato, em abril de 1999, com a lei nº 9795/99, é que veio o reconhecimento da importância da educação ambiental, reconhecida e oficializada como área essencial e permanente em todo processo educacional. Essa lei surgiu embasada no artigo 225, inciso VI da Constituição Federal de 1988. Segundo essa lei a educação ambiental precisa ser trabalhada dentro e fora da escola, mas não deve ser uma disciplina, porque perde o seu caráter interdisciplinar. Segundo especialistas da área, “Uma relação harmônica e ética do homem com o seu ambiente, tendo a conservação e melhoria das condições ambientais como tema, pode ser desenvolvida desde a infância até a fase adulta através da educação formal e informal”. Portanto, diz-se que em sala de aula o docente deve ligar o conteúdo ministrado às questões do cotidiano das crianças. As oficinas devem se desenvolver apoiadas nas vivências dos alunos e dos fenômenos que ocorrem a sua volta, buscando encaminhá-los com o auxílio dos conceitos científicos pertinentes. Enfim, a educação ambiental na infância desperta na criança a consciência de preservação e de cidadania de forma breve e distinta e logo tudo que fora trabalhado ficará no precipício do esquecimento. A criança passa a entender, desde cedo, que precisa cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais. O ambiente escolar é um dos primeiros passos para a conscientização dos futuros cidadãos para com o meio ambiente, por isso a Educação Ecológica requer ser introduzida como disciplina e não ser apenas introduzida como um tema em conteúdo especifico, já que ela se faz presente em todos os conteúdos (interdisciplinar) relacionando o ser humano com a natureza. A inserção da Educação Ecológica na formação das crianças, dos jovens e adultos pode ser uma forma de trabalhar de maneira mais viva os educandos para um convívio mais saudável com a natureza. Essa temática deve ser trabalhada com grande frequência na escola, porque é um lugar por onde passam os futuros cidadãos, ou que pelo menos deveriam passar e quando se é criança, tem mais facilidade para aprender. Antes, de pensar que os problemas ambientais estão tão distantes do homem que é muito bom que se passe a observar com mais atenção o ambiente que o cerca. Para conscientizar um grupo, primeiro é preciso delimitar o que se quer e o que deseja alcançar. Para que o interesse desperte no aluno, é necessário que o professor utilize a “bagagem de conhecimentos trazidos de casa” pelos alunos, como dizia Freire (1987), assim levando-o a perceber que o problema ambiental está mais perto de todos, do que se imagina. Em seguida, explicar que os impactos ambientais existentes no mundo, atinge todos os seres vivos, por causa, das atitudes de alguns que pensam que somente eles não adiantam tentar preservar o planeta. A partir do momento em que o indivíduo perceber a existência de um todo, deixar de lado a existência única e começar a notar a presença do outro, o planeta vai caminhar para o equilíbrio natural.

Já tem muitos educadores trabalhando esse tema de forma bem desconexa e simples com seus alunos, reflorestando os seus quintais, o jardim da escola, como tem ocorrido no município de Nordestina, numa escola quilombola na zona rural. Mas é pouco! Principalmente ensinando que preservar o meio ambiente é preparar um mundo melhor para a humanidade do futuro e protegê-la dos equívocos cometidos no passado, colocando o homem como a figura central dos acontecimentos da vida. É pensar com inteligência e colaborar com a natureza para que o ser humano possa viver harmonicamente e aprender com o próximo no magnífico cenário natural que lhe foi presenteado. Entende - se que esse objetivo pode ser conquistado com o auxílio da educação que pode ser uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável. Mas ela não deve ser restrita aos bancos escolares, senão alcançar o ambiente familiar e o do trabalho.

Deve ser muito mais do que informação, senão percepção, entendimento, compreensão, aprendizado, trabalho da vida humana em suas relações pessoais, interpessoais com a natureza. O contexto social que cada indivíduo compõe deve ser por ele entendido, bem como suas obrigações e responsabilidades. Pois o meio ambiente em que o ser humano está inserido está pedindo novos olhares sobre ele.

No entanto, se faz necessário estudar mais sobre esses novos olhares, principalmente nas escolas onde tudo começa, porque para os adultos, que já tem seus pensamentos arraigados, a possibilidade de mudança é pequena, infelizmente (mas isso não significa deixar de lado os projetos ambientais onde os todos estão inseridos). Só que os acontecimentos ambientais negativos vão crescendo a cada dia e os indivíduos, muitas vezes, como meros expectadores, assistem e usam o controle remoto para trocar de canal e faz de conta, então, que nada está acontecendo e não depende dele também a mudança para a melhoria desse problema que não é individual, mas sim, global. Sem dúvidas, os cidadãos devem estar cientes do mundo em que vivem. Um mundo em que se não ser organizado pelo homem tudo pode acabar inclusive os seres humanos, mesmo com toda a falta de respeito com a natureza e conscientização sobre a mesma. Fazer a parte atribuída ao homem da melhor maneira possível é responsabilidade, principalmente em tentar mostrar aos outros que não nenhum ser vivo está isolado e, ou melhor encontra – se acompanhados com ela e por ela, a mãe natureza.

Entende-se que é preservando a natureza que se pode conservar a boa saúde dos indivíduos e a vida dos recursos naturais existentes no planeta. Assim, cabe a todos os educadores ensinar e conscientizar os alunos que é fácil e necessário preservar a natureza, pois faz parte do mundo integral e se faz presente no cotidiano. Com a mesma, é possível se ter uma vida melhor, por isso, deve - se cuidar do “verde” existente no planeta, através de uma convivência diária e prática de um bom cidadão que busca a um mundo melhor.

Trabalhando este no cotidiano escolar, explorando em uma disciplina própria, com fundamentação, contextualizada, integradora e multidisciplinar, será possível “melhorar” a preocupação quanto à preservação do meio ambiente; pois os educandos ao estarem envolvidos se preocupam com algo novo que eles aprendem na escola e com verdadeira ânsia de buscar um mundo melhor para si mesmo e o próximo.  Objetivando um despertar do interesse no aluno que é necessário trabalhar constantemente de forma bastante envolvente, consistente, lúdica, ainda que difícil de ser desenvolvida, pois requer muita prática, mudanças de comportamento pessoal e comunitário, tendo em vista que para alcançar o bem comum deve-se somar atitudes individuais. Não somente dos alunos, professores e pais, mas de toda a comunidade escolar.

É necessário ter consciência de enfrentar as dificuldades que são grandes quando se quer trabalhar na integra a Educação Ecologia nas escolas. Como defende Dias (1992), “sabe - se que a maioria dos problemas ambientais tem suas raízes em fatores socioeconômicos, políticos e culturais, e que não podem ser previstos ou resolvidos por meios puramente tecnológicos”. Daí a grande importância da inserção de uma disciplina de cunho ambiental nas escolas, a fim de solidificar a aprendizado aos alunos e ajudá-los a se tornarem cidadãos ecologicamente corretos.

O ser humano antigamente usava a natureza como fonte de subsidio para sobreviver bem e sustentar suas famílias; após um longo tempo, o homem passou a querer mais e mais, pelo menos para se destacar no meio em que vive, mostrando que tem o poder nas mãos; e começou a explorar a natureza com ânsia de ambição. Segundo Segura (2001, p.165), “Vive – se no capitalismo e no materialismo e se esquece que a natureza é importante para a gente também e por isso depende, antes de tudo, de educação”. A Educação Ecológica se torna os nos dias atuais uma ferramenta poderosa e indispensável no combate à destruição ambiental no qual todos os seres vivos estão inseridos. Professores e alunos tornam-se os principais agentes de transformação e conservação do meio ambiente, pois é na escola onde mais se conversa sobre esse assunto, e tenta melhorar as condições do planeta. Para que se crie uma filosofia conservacionista é necessária que se forme a consciência de que o ambiente não é propriedade individual, mas reconhecê-lo como um lugar de todos, por isso, torna – se necessário cuidar dos recursos que podem prejudicar a si mesmo e ao próximo, por exemplo, os bens públicos, feitos de materiais retirados da natureza, e o meio ambiente. Para muitos professores trabalhar temas transversais como o meio ambiente no cotidiano escolar é muito difícil, pois as salas de aula são sempre lotadas, com muitos conteúdos a serem lecionados durante o ano letivo, o qual deve ser cumprido segundo a grade curricular. Mas, é necessário ministrar aulas que preparem o indivíduo para a vida no meio social, trabalhando o conteúdo de forma mais concreta, deixando uma aprendizagem maior, do que trabalhar apenas os conteúdos de forma rápida para cumprir a grade curricular e não capacitar os educandos para conviver no caos ecológico que se enfrenta cotidianamente. Segundo Segura (2001, p.71): “A ênfase em atividades práticas talvez seja um reflexo da própria rotina atribulada das escolas: muitas aulas, muitos alunos, carência material e sobrecarga burocrática”. A educação ecológica é um conjunto de práticas e conceitos voltados para a busca da qualidade de vida, com o objetivo de criar diretrizes para autossustentabilidade da região. Os professores, devido a sua posição de líderes podem contribuir com o aprendizado sobre o meio ambiente desde as séries iniciais despertando no alunado o gosto e a paixão pela natureza, assim se consegue desenvolver as habilidades de observar, analisar, comparar, criticar, criar, recriar e elaborar. Portanto, no início da vivência escolar deve-se despertar na criança, através das aulas teóricas e práticas do ensino de ciências o gosto pela educação ambiental. As atividades que os estudantes podem tocar, transformar objetos e materiais trazem mais prazer ao desenvolver tais tarefas exigidas pela educadora. Isto terá um significado maior para o aluno, quando ele tiver a oportunidade de conviver com o ambiente natural, assim podendo trabalhar de forma interdisciplinar, sem fragmentar o processo de construção do conhecimento. Para tanto, cabe ao professor diferenciar as aulas, desenvolvendo projetos sob forma de oficinas. Assim, dará maior dinamismo às aulas, aproximando o conteúdo ao contexto e às vivências dos alunos. Na aula, o professor ao relacionar teoria e prática, e considerar a discussão coletiva acerca dos resultados experimentais e de interpretações teóricas, tem oportunidade de contribuir com a problematização de temas relacionados ao meio ambiente. Esse tipo de aula incentiva a participação e a interação de todos os sujeitos envolvidos no processo pedagógico. No processo pedagógico há a mediação entre o conhecimento e os alunos – sujeitos da aprendizagem – e o caráter relacional entre ideias e valores evidenciados durante o processo pedagógico. E desse modo, também contribui com a aprendizagem do educador. O educador ao ligar o conteúdo das ciências às questões do cotidiano torna a aprendizagem mais significativa. As oficinas pedagógicas realizadas durante as aulas se desenvolvem apoiadas nas vivências dos alunos e dos fenômenos que ocorrem a sua volta, buscando examiná-los com o auxílio dos conceitos científicos pertinentes. É através de um ensino investigativo, provocativo que o aluno começa a pensar e a refletir sobre o processo de construção do conhecimento (FREIRE, 1987). Finalmente, a educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental ajuda a consciência de preservação e de cidadania. A criança aprende, desde cedo, que precisa cuidar, preservar, pois a vida do planeta depende de pequenas ações individuais que fazem a diferença ao serem somadas, as pequenas atitudes, que “vira uma bola de neve” e proporciona a transformação do meio em que mora.

A partir da década de 60, com a publicação do livro “Primavera Silenciosa”, há um despertar para a necessidade de preservar o meio ambiente. Percebe-se que é preciso levar o indivíduo a perceber que todos fazem parte de uma mesma comunidade e que as ações humanas afetam os ecossistemas, e que por isso deve-se agir com precaução, visando a preservação do meio ambiente, deve-se mudar a visão do indivíduo com relação ao ambiente onde vive, trabalhando não só em um ambiente fechado, mas envolvendo a família e a coletividade. É importante que se inicie nos primeiros anos de escolaridade o ensino da Educação Ambiental, uma vez que é aí que se inicia o processo de formação da personalidade e o despertar para a cidadania, havendo a formação de cidadãos que se preocupam com o meio ambiente hoje e para as futuras gerações. Para que haja um mundo justo e equilibrado, é necessário haver uma interação entre educadores e educandos para que possam haver transformações nas formas de se utilizarem os recursos disponíveis na natureza sem que haja agressões e que esses recursos possam estar sempre disponíveis no futuro.

 

 

 

 

CONCLUSÃO

Quando se pensa em um ambiente desejado, pensa-se logo em um ambiente equilibrado, e para que isso ocorra é primordial que se tenha em mente o desenvolvimento sustentável, e então é necessário que as crianças sejam “ecologicamente alfabetizadas”. Através da educação ecológica é que se chegará ao desenvolvimento sustentável, e se perceberá que é possível haver a proteção ambiental lado a lado com o desenvolvimento. Superando-se o analfabetismo ecológico, percebe-se que não é necessária a dilapidação dos recursos naturais para haver desenvolvimento, e que deve haver respeito ao meio e que este é finito. Portanto para se ter um ambiente desejado é necessário que o indivíduo aprenda a sobreviver bem com o meio ambiente, equilibrando as suas necessidades de modo que não venham lhe faltar subsídios no futuro. Um local onde todos os indivíduos se preocupam com a limpeza, descartando o lixo no recipiente correto para reutilização do mesmo para o mundo, ou seja, você usa descarta e empresas responsáveis reciclam e outro indivíduo usa descarta e começa o ciclo novamente. Portanto, este trabalho foi direcionado aos estudantes dos anos iniciais e finais porque eles estão em fase de desenvolvimento, a qual é a melhor idade para se aprender, destacando ainda que elas serão o futuro do nosso planeta, esses indivíduos farão história, pois quando “jovens” é mais fácil se moldar novos conhecimentos, pelo contrário, os adultos já possuem hábitos e comportamentos cristalizados e de difícil reorientação. Diante disso, cabe dizer que a educação tem a capacidade de promover valores, não sendo somente um meio de transmitir informações, trata-se de um processo que envolve transformações no sujeito que aprende e incide sobre sua identidade e posturas diante do mundo. Desenvolvendo habilidades como mais cooperação, e menos competitividade, assim se pode ter grandes expectativas sobre a recuperação do meio ambiente, ou o congelamento da destruição dos bens naturais que ainda não entraram em extinção no nosso planeta.

Na educação, pode encontrar apoio para melhoria da relação homem-natureza-homem, pois é conscientizando o indivíduo que o convívio entre as pessoas e o meio ambiente pode melhorar. Pois, é desde pequeno que se aprende a preservar; os adultos que apresentam maior dificuldade para absorver novos hábitos mais saudáveis, porque estão acostumados com os costumes antigos. É com muitos argumentos, desenvolver de atividades e experimentos que se consegue conscientizar grupos. Esse lugar, provavelmente é a escola, mas não obrigatoriamente, somente ela deve ensinar e conscientizar que para melhorar é preciso que se deem as mãos, educando para emancipar conhecimentos.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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