O PAPEL DO NOVO GESTOR NO ÂMBITO ESCOLAR
O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR NO ÂMBITO ESCOLAR
A gestão democrática e
participativa no âmbito escolar constitui-se numa prática que deve priorizar o
desenvolvimento integrado de todos os agentes envolvidos no processo
pedagógico. Nos últimos anos tem-se discutido muito o novo papel da gestão
escolar como instrumento para inserção de movimentos de transformação na
atuação dos professores, alunos, pais e comunidade. Para isso, a gestão tem buscado
subsídios nos aspirais da democracia e da participação.
Diante da globalização econômica,
da transformação dos meios de produção e do avanço acelerado da ciência e da
tecnologia, a educação escolar precisa oferecer propostas concretas à
sociedade, preocupando-se em oferecer um ensino de qualidade que possa elevar a
capacidade das crianças, adolescentes e jovens para compreenderem o universo
competitivo e os valores sociais, econômicos e culturais intrínsecos na
formação pessoal e profissional ao qual estarão submetidos.
No âmbito da educação escolar, o
ensino público ou privado de qualidade para todos é uma necessidade e um
desafio fundamental. Há, atualmente, claro reconhecimento mundial e social de
sua importância para o mundo do trabalho, para o desempenho da economia e para
o desenvolvimento técnico-científico. Esse reconhecimento tem sido transformado
em reformas, em políticas educacionais e essencialmente na quebra de paradigmas
quanto o papel da gestão escolar e dos professores como autoridades
intelectuais na sala de aula.
Na realidade, a educação busca a
formação de um novo paradigma, que estabelece o problema da qualidade, uma
pedagogia da qualidade. Mas, acredita-se que esta não pode ser tratada nos
parâmetros da qualidade economista. Apesar de receber recursos das esferas
federal, estadual e municipal e lidar com resultados, a escola não pode ser
vista como uma empresa. O aluno não é cliente da escola, mas parte dela. É
sujeito que aprende que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida.
Nesse sentido, e segundo os
estudos realizados por Antunes (2000, p. 72), acredita-se que a educação de
qualidade é aquela mediante a qual a escola, gestão, professores, pais
promovem, para todos, domínio dos conhecimentos e do desenvolvimento de
capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades
individuais e sociais dos alunos, bem como a inserção no mundo e a constituição
da cidadania também como poder de participação, tendo em vista a construção de
uma sociedade mais justa e igualitária. Qualidade é, pois conceito implícito à
educação e ao ensino.
Portanto, a educação deve ser
entendida como um fator de realização da cidadania, com padrões de qualidade da
oferta e do produto, na luta contra a superação das desigualdades sociais e da
exclusão social. Nesse sentido, a articulação da escola, gestão democrática e
participativa e os professores com o mundo dentro da escola e fora dela
tornam-se a possibilidade de realização da cidadania.
Reconhecendo o papel do professor
e da escola na conjuntura social, onde o primeiro assume a responsabilidade com
os alunos na promoção de um ensino de qualidade priorizando a cognitividade e a
aquisição dos conhecimentos universais e a segunda assumindo-se como uma
extensão da sociedade, onde os valores sociais, culturais são dinamizados e
lapidados, acredita-se que nos dias atuais, ambos devem ter no seu bojo de
objetivos a idéia de uma escola democrática a serviço da formação de cidadãos
críticos e participativos e da transformação das relações sociais presentes.
A participação é o principal meio
de assegurar a gestão democrática, possibilitando o envolvimento de todos os
integrantes da escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento da
organização escolar. A participação proporciona melhor conhecimento dos
objetivos e das metas da escola, de sua estrutura organizacional e de sua
dinâmica, de suas relações com a comunidade e propicia um clima de trabalho
favorável a maior aproximação entre professores, alunos e pais. Nas empresas
buscam-se resultados por meio da participação. Nas escolas, busca de bons
resultados, mas há nelas um sentido mais forte de prática da democracia, de
experimentação de formas não autoritárias de exercício do poder de oportunidade
ao grupo de profissionais para intervir nas decisões da organização e definir
coletivamente o rumo dos trabalhos.
A participação da comunidade
possibilita à população o conhecimento de avaliação dos serviços oferecidos e a
intervenção organizada na vida escolar.
A participação influi na
democratização da gestão e na melhoria da qualidade do ensino. Portanto, o
principio participativo no sentido de gerar a democracia na escola não esgota
as ações necessárias para assegurar a qualidade de ensino. Tanto quanto o
processo organizacional, e como um de seus elementos, a participação é apenas
um meio de alcançar melhor e mais democraticamente os objetivos da escola, os
quais se localizam na qualidade dos processos de ensino e aprendizagem. Em
razão disso, a participação necessita do contraponto da direção, outro conceito
importante da gestão democrática, que visa promover a gestão da participação.
A direção da escola, além de uma
das funções do processo organizacional, é um imperativo social e pedagógico. O
significado do termo direção, no contexto escolar, difere de outros processos
direcionais, especialmente os empresariais. Ele vai além da mobilização das
pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalidade,
definição de um rumo educativo, tomada de posição entre objetivos escolares
sociais e políticos, em uma sociedade concreta. A escola, ao cumprir sua função
social de mediação, influi significativamente na formação da personalidade
humana, por essa razão, são imprescindíveis os objetivos políticos e
pedagógicos. Ela projeta-se nos objetivos que, por sua vez, orientam a
atividade humana, dando o rumo, a direção da ação. Na escola, leva a equipe
escolar à busca deliberada, consciente, planejada, de integração e unidade de
objetivos e ações, além do consenso sobre normas e atitudes comuns.
Com base nesse principio, há que
destacar o papel significativo do diretor da escola na gestão da organização do
trabalho escolar. A participação, o dialogo, a discussão coletiva, a autonomia
são práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da democracia
não significa ausência de responsabilidade> uma vez tomada as decisões
coletivamente, participativamente, é preciso pô-las em prática. Para isso, a
escola deve estar bem coordenada e administrada, para que a escola por meio de
sua gestão democrática e participativa ofereça a todos aos seus agentes a
qualidade educacional, é necessário desenvolver os seguintes princípios da
concepção de gestão democrático-participativa: autonomia da escola e da
comunidade educativa; relação organizacional entre a direção e a participação
dos membros da equipe escolar; planejamento de atividades; formação continuada
para o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes da comunidade
escolar; utilização de informações concretas e análise de cada problema em seus
múltiplos aspectos, com ampla democratização das informações; avaliação
compartilhada; relações humanas produtivas e criativas, assentadas em uma busca
de objetivos comuns.
O Diretor-Gestor é um líder democrático, que trabalha,
coopera, sugere que sabe fazer, participando das tarefas, que diz “nós” para
avaliação dos efeitos positivos ou negativos da instituição. Este é o líder da
organização que aprende e que assume responsabilidades, possibilita autonomia,
que interage, participa e coordena à busca de soluções e construções. Visa um
grupo motivado, cooperativo e que tenha vontade de crescer. Enfim, um líder
leal, que seja o elo das ligações interpessoais com parceria, que não impõe sua
verdade, mas que constrói verdades com o grupo e tem o respaldo da comunidade
escolar, fazendo-a participar ativamente, trazendo-a cada vez mais para dentro
da Escola e buscando estreitar sempre os laços de parceria e cumplicidade.
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