A GESTÃO DEMOCRÁTICA NOS DIAS ATUAIS
A gestão democrática é
compreendida como um processo político através do qual as pessoas que atuam na
escola identificam problemas, discutem, deliberam e planejam, encaminham,
acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento
da própria escola na busca da solução daqueles problemas. Esse processo,
sustentado no diálogo, na alteridade e no reconhecimento às especificidades
técnicas das diversas funções presentes na escola, tem como base a participação
efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas
coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia
de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
A gestão democrática é um
princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º.
Inciso VIII), e na Constituição Federal (Art. 206, inciso VI). Dessa forma a
educação é vista como um processo social colaborativo que demanda a
participação de todos da comunidade interna da escola, assim dos pais e da
sociedade em geral. Dessa participação conjunta e organizada é que resulta a
qualidade do ensino para todos, princípio da democratização da educação.
Democracia se constrói mediante
articulação entre direitos e deveres, pois a gestão democrática é um fenômeno
político, de governo, que está articulado diretamente com ações que se
sustentam em métodos democráticos. Mas, mais do que isto, para o autor, não se
trata apenas de ações democráticas, ou de processos participativos de tomada de
decisões, trata-se antes de tudo de ações voltadas à educação política, na
medida em que são ações que criam e recriam alternativas mais democráticas no
cotidiano escolar no que se refere, em especial, às relações de poder ali
presentes. Trata-se de uma perspectiva conceptual que focaliza intervenções
democraticamente referenciadas, exercidas por atores educativos e
consubstanciadas em ações de (auto) governo; ações que não apenas se revelam
enquanto decisões político-administrativas tomadas a partir de contextos organizacionais
e de estruturas de poder de decisão, mas que também interferem na construção e
recriação dessas estruturas e de formas mais democráticas de exercer os poderes
educativos no sistema escolar, na escola, na sala de aula, etc.
Com essa perspectiva, direitos e
deveres são dois conceitos indissociáveis, de modo que, falando-se de um,
remete-se ao outro necessariamente. E é nessa junção que se estabelece a
verdadeira democracia, construída mediante participação qualificada pela
cidadania e construção do bem comum.
No contexto das sociedades e
organizações democráticas, dado o seu caráter dinâmico e participativo, direito
e dever são conceitos que se desdobram e se transformam de forma contínua e
recíproca pela própria prática democrática, que é participativa, aberta,
flexível e criativa.
Pode-se definir, portanto, a
gestão democrática, como sendo o processo em que se criam condições e se
estabelecem as orientações necessárias para que os membros de uma coletividade,
não apenas tomem parte, de forma regular e contínua, de suas decisões mais
importantes, mas assumam os compromissos necessários para a sua efetivação.
Isso porque democracia pressupõe muito mais que tomar decisões. Ela envolve a
consciência de construção do conjunto da unidade social e de seu processo como
um todo, pela ação coletiva.
A participação constitui uma
forma significativa de, ao promover maior aproximação entre os membros da
escola, reduzir desigualdades entre eles. Portanto, a participação está
centrada na busca de formas mais democráticas de promover a gestão de uma
unidade social.
Pais, Professores e Comunidade, Conselhos
Escolares, Conselhos Deliberativos e Caixas Escolares. Há escolas que mantêm
apenas um colegiado e há outras que têm dois ou mais, criando colegiados
diferenciados para diferentes funções, por exemplo, as administrativas, as
pedagógicas e as de relação escola−comunidade, de modo a poder receber e gerir
os recursos financeiros que lhe são destinados, sejam os do governo federal
(Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE), sejam os do governo estadual ou
municipal, o seu funcionamento nem sempre é participativo em seu sentido pleno.
Isso ocorre quando os mesmos existem formalmente, porém as decisões são tomadas
pela direção da escola e os pais são envolvidos/ se envolvem, sobretudo, em dar
aval às decisões tomadas e assinar as prestações de contas e conferi-las. Nesse
caso, perde-se o espírito de gestão democrática e colegiada, que se pressupõe
participativa em todos os momentos. Essa condição existe em graus variados de
intensidade nas escolas, constituindo-se, dessa forma, em termômetro que
permite verificar o nível, tanto concedido como conquistado, de participação. Entretanto,
embora sejam reconhecidas as contribuições dessas entidades à gestão escolar,
identifica-se também a necessidade de promover avanços no seu processo
participativo, particularmente no sentido de uma nova concepção da escola como
unidade básica de gestão pedagógica e administrativa, gerida colegiadamente,
mediante a participação de professores, pais e comunidade. É importante
ressaltar que a participação nesses órgãos colegiados implica no poder real dos
participantes da comunidade escolar de tomar parte ativa na gestão da escola e
na promoção de seus processos educacionais, indo, portanto, muito além dos
aspectos relacionados à questão financeira.
A partir dessa reflexão, a
liderança se expressa como um processo de influência realizado no âmbito da
gestão de pessoas e de processos sociais, no sentido de mobilização de talento
e esforços, orientados por uma visão clara e abrangente da organização em que
se situa e de objetivos que se devam realizar, com a perspectiva da melhoria
contínua da própria organização, de seus processos e das pessoas envolvidas.
O exercício da liderança
compartilhada corresponde à prática de tomada de decisão e atuação colegiada
por consenso (e não por votação) em que todos os participantes têm espaço e o
usam para influenciar os rumos e as condições do desenvolvimento que se
pretende promover. A co-liderança corresponde à atuação articulada de
influência sobre os destinos da escola e seu trabalho, de forma planejada e
intercomplementar, pelos membros da equipe de gestão da escola, como por
exemplo, vice-diretor, coordenador pedagógico, supervisor escolar, orientador
educacional e secretário da escola.
A liderança compartilhada e a
co-liderança, para serem efetivas, necessitam ser exercidas a partir do
entendimento e orientação baseada na visão e missão da escola, nos seus
objetivos formadores e valores orientadores de ação. Isto é, essa liderança se
legitima a partir dessa compreensão comum. “Em vista disso, tanto a liderança
compartilhada como a co-liderança se expressam de forma articulada, a partir
dos propósitos comuns, num contínuo processo de diálogo e de mediação.
A participação da família é de
fundamental importância na integração escola-comunidade e na inserção do
educando no processo educativo. Possui papel primordial na construção dos
valores que serão incorporados pela criança. Trazer a família à escola amplia
os conceitos formulados pelos jovens. Família e escola são pontos de apoio e
sustentação ao ser humano; são marcos de referência existencial. Quanto melhor
for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados
na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal dos filhos
deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e
complementares. É importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem
experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu dia- a- dia
sem cair no julgamento “culpado x inocente”, mas buscando compreender as
nuances de cada situação, uma vez que tudo o que se relaciona aos filhos tem a
ver, de algum modo, com os pais e vice-versa, bem como tudo que se relaciona
aos alunos tem a ver, sob algum ângulo, com a escola e vice-versa.
Assim, cabe aos pais e à escola a
preciosa tarefa de transformar a criança imatura e inexperiente em cidadão
maduro, participativo, atuante, consciente de seus deveres e direitos, possibilidades
e atribuições. Parcerias bem sucedidas possuem objetivos e metas bem definidos
e mutuamente acordados.
A escola precisa deixar claros os
seus objetivos educacionais; definir as suas necessidades; planejar e
estruturar as intervenções da empresa; e monitorar e informar os resultados
obtidos. Em boas parcerias, todas as atividades assumidas em conjunto pela
escola e pela empresa são destinadas a enriquecer as experiências educacionais
dos alunos.
Parcerias bem construídas entre
escolas e empresas constituem uma boa resposta para as preocupações que a
população tem a respeito da educação. Num mundo complexo e inter-relacionado,
torna-se cada vez mais evidente que energia e recursos provindos da comunidade
mais ampla se fazem necessários para que as escolas tenham sucesso na educação
de todos os jovens. Por meio dessas parcerias, a sociedade demonstra 80
Dimensões da gestão escolar e suas competências aos alunos o seu compromisso
com a educação e a importância que atribuem a esse processo, dessa forma criando
para eles não apenas melhores condições de aprendizagem, mas também uma
mensagem da importância desse processo.
Uma das grandes demandas hoje da
comunidade é que a escola de conta da sociedade do conhecimento. Hoje com o
advento da internet o conhecimento alcançou uma velocidade incrível. A ciência
sempre gerou novos campos e dominós do saber, a tecnologia multiplicou os
recursos e o acesso além de socializar a velocidade da informação.
O conhecimento hoje é percebido
como algo de valor especial. No passado as famílias preocupavam-se em deixar
terras para seus herdeiros, hoje à herança é a boa formação. Diante da relação
da sociedade com o conhecimento, a escola passa a ser responsabilizada por uma
nova função social: proporcionar o acesso ao mundo do conhecimento.
Outro fator está na necessidade da escola repensar profundamente a respeito de
sua organização. Para a escola pública, essas reflexões levam a reconhecer-se a
sociedade destacando quais as mudanças necessárias e que estratégias serão utilizadas.
O gestor escolar deve perceber a
importância da comunicação entre seus funcionários e alunos em sua gestão, pois
seu instrumento principal de trabalho, onde em seu trabalho também compete
criar boas condições de trabalho, gerando um ambiente agradável e de
satisfação. A partir de debates, dinâmicas, reuniões pedagógicas com jogos,
enfim com situações de participação, as pessoas irão contribuir com entusiasmo.
Caso ocorra algum tipo de
resistência pôr parte do grupo, o líder deve ter a habilidade de diagnosticar
sua causa. Quando isso ocorre, geralmente se dá devido a algum tipo de
sentimento ou percepção diferente, tem de ser levado em consideração, para não
prejudicar o grupo. Solucionar o problema ainda quando é pequeno
para não tomar proporções maiores . Para uma pessoa se identificar com o grupo
é fundamental que ela obtenha prazer e satisfação em seu trabalho em
grupo. As pessoas do grupo podem e devem contribuir com suas
habilidades, pois a qualidade do grupo se revela pelo aproveitamento integral
das habilidades e da capacidade de cada um de seus membros. Vale ressaltar
que a função de recursos humanos é inerente à própria ação de Administração e
executada, com maior ou menor intensidade, pôr todas que dela participem. O seu
objetivo é contribuir para a criação de um clima propício ao bem estar
material, motivação, desenvolvimento e sinergia do patrimônio humano de uma
organização. Passou a ter importância nas escolas, a partir do
surgimento de se implantar uma gestão Democrática, a fim de democratizar o
ensino e a administração escolar. Desta forma, surgiu a preocupação com relação
aos recursos humanos.
Outro fator relevante é a
padronização, esta ação permite que se elaborem programas de treinamento
dirigidos e destinados a transmitir os conhecimentos ou desenvolver as
habilidades específicas exigidas, em cada caso. Treinamento dispersivo,
desnecessário, equivocado ou insuficiente é frequentemente decorrente da
inexistência de um referencial, de padrões de procedimentos preestabelecidos e
claramente especificados. O ideal é que o gestor fique atento ao gerenciamento
desta padronização. O serviço padronizado é fundamental para um trabalho
organizado e produtivo. Sendo a Qualidade e Produtividade objetivos
estratégicos da organização, bons gestores serão primordiais, cujo estilo de
liderança venha a estimular e favorecer comportamento direcionado para estes
objetivos.
É notável a importância e
aplicabilidade da Gestão de Pessoa e do Conhecimento em uma gestão educacional.
O gestor escolar assume essa nova postura em gerenciar seus funcionários, as
pessoas podem ser consideradas parceiros, pois são fornecedoras de
conhecimentos, habilidades, capacidades e inteligência para proporcionar
decisões coletivas para a escola.
A gestão de pessoas possibilita a
colaboração eficaz das pessoas para alcançar as metas previamente
estabelecidas.
Portanto O Diretor-Gestor é um líder democrático, que trabalha,
coopera, sugere que sabe fazer, participando das tarefas, que diz “nós” para
avaliação dos efeitos positivos ou negativos da instituição. Este é o líder da
organização que aprende e que assume responsabilidades, possibilita autonomia,
que interage, participa e coordena à busca de soluções e construções. Visa um
grupo motivado, cooperativo e que tenha vontade de crescer. Enfim, um líder
leal, que seja o elo das ligações interpessoais com parceria, que não impõe sua
verdade, mas que constrói verdades com o grupo e tem o respaldo da comunidade
escolar, fazendo-a participar ativamente, trazendo-a cada vez mais para dentro
da Escola e buscando estreitar sempre os laços de parceria e cumplicidade.
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