Avaliação

O Sistema Avaliativo: Por que e para que avaliar?

Márcio Nicanor Carvalho Amambahy Santos



RESUMO

O sistema avaliativo hoje expressa princípios e metodologias de uma avaliação estática e frenadora, de caráter exclusivamente classificatória e fundamentalmente sentencivo. Percebe-se que os estudos vêem questionando prioritariamente, pressupostos teóricos modelos e metodologias da avaliação utilizadas tradicionalmente vinculadas a determinados contextos político-sociais mais amplos. É necessária uma tomada de consciência dessas influências, para que, a prática avaliativa docente do ensino, não reproduza inconscientemente a arbitrariedade e o autoritarismo que foram contestados até agora, construindo uma base sólida, um ressignificado para avaliação. Quando se é questionado aqui o ato de avaliar, deve ser levado em consideração que não é atribuir uma nota a determinado aluno, mas apreciar, analisar capacidades, questionar, formas melhores utilizadas, mais significativas, as quais, os alunos, sintam liberdade, oferecendo maior amplitude de conhecimento sem que haja a exclusão dos mesmos.

PALAVRAS – CHAVE: avaliação; metodologias; liberdade; conhecimento; arbitrariedade; autoritarismo.

1. INTRODUÇÃO
Este trabalho relata a importância, como um instrumento essencial na busca na eficácia do processo de ensino, quanto o ato de avaliar, com suas relevâncias e conseqüentemente, numa problematizaçao, no que se é questionado e desenvolvido aos educandos na instituição e também provoca uma reflexão sobre a necessidade e importância da avaliação que propõe debater, para além dos pressupostos teórico-metodológicos, também sua implicação na prática e seus efeitos sobre a práxis educativa e pedagógica, suas contradições e seus avanços. Um olhar sobre a avaliação, remete-nos, necessariamente, a refletir sobre (duas) indagações básicas e fundamentais: “por que e para quê” avaliar e para quê e para onde mudar? Responder a tais indagações implica ancorar a reflexão na missão, objetivos e finalidade, do “ser e fazer”. O tema reveste-se de singular importância, no atual momento, em que se desencadeia, em nível de universidade, uma discussão, tendo em vista revisitar e dinamizar concepções, experiências e práticas.


2. AVALIAÇÃO: Inclusão x Exclusão, Um desafio para o educador e para o educando.

Será que o educando reconhece para que serve a avaliação? Cremos que a percentagem das instituições que informam ao educando seus objetivos dá para contar apenas nos dedos das mãos. Isto é profundamente lamentável, será que algum educador já foi encapuzado, obrigado a encontrar um caminho ou alcançar alguma coisa?

A avaliação é essencial à educação, fundamental a prática educativa, inerente e indissociável, enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. Cabe ressaltar que: “Educar é fazer ato de sujeito é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo, para recriá-lo constantemente” (Gadotti, 1984)

É nessas palavras que se compreenderá a que ponto a avaliação é importante e o quanto se faz necessário que se modifique o ato de avaliar. Nessa tarefa de reconstrução e reestruturação do sistema avaliativo universitário, é considerado um principio de base conclusiva de raciocínio básico e fundamental à postura de questionamentos do educador, neste contexto a avaliação torna-se uma reflexão transformadora de ações, que impulsiona à novas reflexões concretizadas, estabelecendo um processo totalmente fundamentado na interatividade, através dos quais, acadêmicos e educadores aprendem juntos e estabelecem a busca de novos e amplos conhecimentos no ato de avaliar.

As sentenças periódicas criam um obstáculo entre professores e alunos na instituição de erro construtivo e de sua dimensão em busca de verdades, impedem o maior entrosamento de interação, a partir, do ponto de vista conjunto dos questionamentos e hipóteses formulados pelos acadêmicos, numa maior visão do conhecimento, mas sem uma relação antagônica que levam as sentenças irrevogáveis, consecutivas e inflexíveis avaliações tradicionais.

Se considerarmos que a avaliação está em intima conexão com os objetivos norteadores da ação educativa, será indispensável à coleta de dados relativos ao progresso alcançado pelos alunos, através do processo de ensino-aprendizagem.
Para a coleta dos referidos dados e conseqüente avaliação, vem a tona basicamente o problema da relação procedimentais que possibilitem reunir a variedade de dados necessários e fundamentais para tal propósito.

Os procedimentos avaliativos estão interligados e intercalados, estreitamente as técnicas, instrumentos, critérios e recursos.
Não podemos negar que a idéia de prova está presente, mas cremos que isto, não é propriamente um mal, desde que, seja percebido como estimulo para o progresso como um indicador, de que não tendo ocorrido à aprendizagem, novas estratégias devem ser aplicadas. As diferentes etapas das avaliações desempenham um papel decisivo e nenhuma delas exclui o avaliador e avaliado do compromisso de ser o seu próprio agente de decisão e o responsável pelo processo educacional na instituição.

Assim, em uma proposta pedagógica como um todo e, especificamente, em uma proposta de avaliação, não poderemos dar ênfase somente as respostas certas ou erradas, mas também com relevada importância, ao como o acadêmico chega a tais respostas, tanto as certas, quanto as erradas, isto significa:

“Considerar que o conhecimento produzido pelo educando, num momento de sua experiência de vida, é um conhecimento de superação. Aprimoram sua forma de pensar o mundo na medida em que se depara com novas situações, novos desafios e formulam e reformulam suas hipóteses.” (Hoffmann, 1999)

É freqüente, na grande maioria dos processos avaliativos encontrarmos a valorização exclusiva das respostas certas. Mas os erros são partes importantes da aprendizagem, já que expressam, em um momento especifico uma hipótese de elaboração do conhecimento, podendo, portanto, ser considerado um erro construtivo, fundamentado na formação deste. Neste caso veremos notoriamente e claramente o efeito da compreensão de um processo de ensino e de aprendizagem e conseqüentemente de avaliação. Por outro lado, não podemos negar que haja uma expectativa social muito grande de que um aluno seja sempre extremamente capaz de um rendimento constante e satisfatório, desde que, este seja fruto de uma construção elaborada, efetiva e consciente. Portanto, não tem sentido a instituição continuar utilizando a avaliação de forma escusa, apenas como um instrumento de classificação em detrimento de outras possibilidades mais lícitas como as dos diagnósticos, por exemplo. A avaliação exercida apenas com a função de classificar, não oferece ênfase alguma ao desenvolvimento e formação do conhecimento, em pouco ou em quase nada auxilia o crescimento dos educandos:

“O educando como sujeito humano é histórico; contudo, julgado e classificado, ele ficará, para o resto da vida, do ponto de vista do modelo escolar vigente, estigmatizado, pois as anotações e registros permanecerão, em definitivo, nos arquivos e nos históricos escolares, que se transformam em documentos legalmente definidos” (Luckesi, 1996).

3. METODOLOGIA
Pesquisa realizada através de uma reflexão sobre uma vasta fundamentação teórica, reproduzidos como forma de trazer informação sobre o sistema avaliativo

5. CONCLUSÃO

O ser humano é uma totalidade afetiva, social, motora-corporal e cognitiva. Todas estas dimensões devem ter igual importância na sua formação. Portanto, uma avaliação institucional precisa considerar essa totalidade e não apenas os aspectos cognitivos como habitualmente acontecem nos processos avaliativos, em quase todo o nosso universo escolar.


6. REFERENCIAS

GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo, Cortez, 1984.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mito & Desafio Uma perspectiva construtivista. 33 ed. Porto Alegre – RS: Mediação, 2003.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação educacional: para além do autoritarismo escolar. São Paulo: ANDE, 1986.
RABELO, Edmar Henrique. Avaliação, Novos tempos, novas práticas. 6 ed. Petrópolis – RJ: Vozes, 2003.
SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 9 ed. Petrópolis – RJ: Vozes, 2002.
TURRA, Clódia Maria Godoy; ENRICONE, Délcia; ANDRÉ, Lenir Cancella; SANT’ANNA, Flávia Maria. Planejamento de Ensino e Avaliação. 11 ed. Porto Alegre – RS: Sagra Luzzato, 1995.

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